domingo, 3 de agosto de 2008

Cálice bucólico


Você veio...
Numa aurora solitária,
Desprezando a fragrância nociva
Que paira no ar,
Ocultando o receio,
Desses olhos.

Teu fino beijo, lindos, lábios,
Utópicos...
Deleito-me em sonhos,
Passados no futuro.

Crucificado!
No teu passado!
Um flagelo
Dessa minha culpa,
Sem desculpa.

A castidade dos meus sonhos,
Reverência nos teus olhos flamejantes,
No discurso do pretérito reprimido,
Ocultando os anseios,
Até quando?

Emaranhado em teus cabelos,
Aglutinado em teus tentáculos,
Dizimando aflições.

Do teu lado, inerte ficaria,
Tua singela expressão me valeria!
Trocar o dia pela noite,
No aconchego desses excelentes
Lábios.

Tua voz desperta!
Uma bagunça incerta,
Degustando vinho seco,
Que transita sutilmente
Em minhas veias.

Quando bucólica,
Divide-me a mesma brisa!
Faz transbordar teu efervescente,
Cálice de glóbulos.


A música venerada,
Nesse negro recinto de fobia,
Faz-me ouvir calado
O estranho silêncio
Dessa melodia.



(Vulnerável tempestade/Thesaurus 2007)
Gessé Cotrim®
(todos os direitos reservados)
http://twitter.com/gessebsb

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