domingo, 21 de março de 2010

O presente de insultos

Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen-budismo aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações os alunos perguntaram:
Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós? Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente? Perguntou o Samurai A quem tentou entrega-lo, respondeu um dos discípulos.
O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos, disse o mestre. Quando não são aceitos continuam pertencendo a quem os carregava consigo.
“A SUA PAZ INTERIOR, DEPENDE EXCLUSIVAMENTE DE VOCÊ. AS PESSOAS SÓ PODEM LHE TIRAR
A CALMA, SE VOCÊ PERMITIR”.

2 comentários:

Unknown disse...

Existem pessoas que tem o poder de roubar a calma dos outros pelo simples fato de existirem!

Gessé Corrêa Cotrim disse...

Imagino o quanto devem ser desprezíveis!